terça-feira, 2 de agosto de 2011

XAMANISMO CIGANO

“ A PROFUNDIDADE DOS MISTÉRIOS “



Por viverem em relação tão íntima com a natureza, não causa mesmo qualquer espanto o fato de os ciganos serem considerados, por muita gente, como xamãs.

É sabido que os xamãs podem ser encontrados universalmente: entre os lapões, os siberianos, os australianos, os africanos, os ameríndios e inúmeros outros grupos tribais. De certo modo, a shuvani tem várias características de um xamã, embora não se possa dizer que outros ciganos não as possuam também, pois que eles também vivem solitariamente, muitas vezes não acompanhando a tribo e sem presença dos demais integrantes.

De acordo com o xamã, todos os elementos têm a sua fonte de poder no mundo espiritual e, por conseqüência, estão imbuídos de espíritos com os quais se pode fazer contato a qualquer hora que se precise deles. Assim, todas as formas de vida estão interconectadas em uma tela gigantesca. Já podemos ter, nos nossos dias, uma idéia nítida de que vem a ser essa interconexão, ao nos depararmos com o mundo dos computadores na grande teia da Internet. Portanto, se necessário, o xamã tem como se movimentar deliberadamente entre os dois mundos, a saber, o do espírito e o mundano.

As especialidades xamanísticas encontram-se na ordem da cura, do acesso tanto ao conhecimento novo como ao perdido, do desenvolvimento do poder e profecia. Esses são as dimensões alcançadas pelo xamã na sua jornada.

Foto: Arquivo Pessoal

Eis por que essa jornada é o método através do qual se estabelece uma comunicação com o Sel espiritual, que por sua vez esta em conexão direta com as demais modalidades espirituais. O caminho do xamã se inicia então com uma descida imaginária ao interior da terra. Ele, ou ela, se põe dentro de um buraco cavado na terra, ou então penetra em alguma caverna ou algo similar.

Para chegar ao estado mental imprescindível a essa viagem, os xamãs se valem da batida e ritmada do tambor, a qual é chamada pelos Rom de cavalo, ou grai: o veículo da jornada espiritual. Mas o grai do xamã cigano é comumente obtido por

um pandeiro, sempre tocado com um ritmo conhecido por batida desh, ou seja, uma freqüência de dez batidas sem intervalos de três, três, dois, dois.

É perfeitamente possível aprender-se a jornada dos xamãs e, por conseguinte, obter-se o conhecimento, seja ele perdido ou novo. Mas, para começar a fazer isso, é preciso que você se deite confortavelmente em um local tranqüilo, onde ninguém possa perturbá-lo. Deixe uma luz fraca no ambiente ou, se preferir, fique na escuridão completa. Feche os olhos e comece a respirar profunda e pausadamente, procurando relaxar o seu corpo de maneira a liberá-lo das dores e dos pensamentos inoportunos. Depois de conseguir um relaxamento total, elabore uma pergunta na sua mente. Após alguns instantes de concentração em torno dessa questão, deixe que ela se vá, e volte a relaxar, respirando novamente de um modo ritmado e profundo.

Concentre-se então os seus pensamentos no interior de uma caverna, ou em algum buraco na terra, ou mesmo na abertura do tronco de alguma árvore que já tenha sido vista por você na vida real, e que de novo retorna aos seus olhos através de sua criação mental. Mantenha-se atento a essa imagem, vendo-a em todos os seus detalhes. Em seguida aproxime-se aos poucos, porém cada vez mais, daquele lugar. E lá, chegando, entre nele, procurando senti-lo de todas as maneiras que lhe for possível.

Sinta o aroma da terra ou da madeira da árvore. Escute o ruído da água escorrendo pela parede de pedra da caverna. Enfim, apreenda e experimente esse lugar do modo mais intenso que estiver ao seu alcance.

Agora é o momento de penetrar um pouco mais na caverna ou, se for o caso, descer mais fundo pelo buraco. A medida que você assim o fizer, não se espante se surgir alguém ou alguma coisa pelo caminho. Essa aparição poderá ser uma pessoa, um animal, uma bola de fogo, ou simplesmente uma forte “impressão” de que algo esta presente. Mas, seja lá o que for, não se preocupe, aceite-a e siga com ela. Caso você fique muito apreensivo com a presença dessa aparição, peça para que elaassuma uma forma diferente, que possa deixá-lo mais confortável e sem medo. Depois permita que o seu guia conduza você através das profundezas da terra. E durante a descida, fale com ele a respeito da indagação que você quer ver respondida. Pois, certamente você encontrará a resposta.

A solução para a sua pergunta poderá ser encontrada no instante em que você estiver passando por algum cômodo, uma escola, um campo verdejante, ou qualquer outro lugar. Pode ser que alguém apareça para presenteá-lo com algumas palavras, ou talvez seja uma apresentação musical ou um livro antigo que irão esclarecê-lo. E ao consegui-la, retorne ao local onde teve início a sua jornada: seu guia poderá ou não lhe fazer companhia na viagem de volta. De qualquer modo, antes dedar o seu primeiro passo de retorno ao mundo exterior, não se esqueça de agradecer a seu guia por ter conduzido você rumo ao conhecimento.



Depois de agradecer-lhe, volte a fazer o exercício de relaxamento, respirando de maneira pausada e profunda. E abra os olhos para despertar. Pegue, em seguida uma folha de papel e nela escreva imediatamente tudo aquilo que foi aprendido por você durante a jornada.

Essa técnica foi passada por um velho xamã cigano chamado GREY BOSWELL.

Na minha opinião consegue-se uma ajuda valiosíssima quando se grava o som da batida do tambor um uma fita cassete, especialmente se a batida obedecer a uma freqüência de 210 a 220 toques por minuto e se for acionada no gravador com um volume bem baixo. E lembre-se de que, para cada obstáculo, sempre existirá um jeito de contorná-lo.

Segundo GREY, É BEM PROVÁVEL QUE VOCÊ ENCONTRE UM “Animal de Poder” nessa jornada. O animal de poder é sempre uma fonte inesgotável de forças pessoais para quem o recebe, ou seja, uma energia da qual se pode dispor nos momentos em que desejar. Entretanto, caso lhe venha o sentimento de que a criatura que guia você não é de fato o seu Animal de Poder, peça para que ela lhe apresente aquele que você julga sê-lo. Os ciganos costumam chamá-lo de PRAL ou PEN (que significa literalmente “irmão” ou “irmã”).

A árvore é um dos símbolos essenciais do xamã. Assim como ele. Apesar de estar assentada sobre a terra, ela direciona o seu crescimento para o céu, ainda que também se desenvolva na direção das profundezas da terra, representando, com esse movimento duplo, a conexão entre o ser humano e o espírito. Ao redor da árvore estendem-se os raios da Roda do Mundo. E, para expressar a “árvore”,os ciganos fazem uso do termo rook, ao passo que para “roda” empregam a palavra boler. Portanto, eles se referem a esse simbolismo usando a expressão Rook e Boler.


Quando alguém experimenta a jornada do xamã, fazendo o movimento duplo de galpar os galhos da Rook até chegar no alto e de descer na direção de suas raízes profundas, o resultado é a iluminação ampliada de vários aspectos de sua vida e a obtenção de respostas para os mistérios que o intrigavam até então. Portanto, esse empreendimento poderá lhe servir de passaporte para a Magia e Feitiçaria Ciganas.



Foto: Arquivo Pessoal

Creditos: Magia e Feitiçaria dos Ciagnos ( Raymond Buckland )

Um comentário:

  1. Oi amiga Paty...achei muito interessante o seu blog...tenho uma ligação com o Xamanismo apesar de ser Espírita...é muito bom conhecer outras crenças...eu respeito as diversidades pois tds fazemos parte desse imenso e infinito Universo...muita Paz,Amor e Luz pra vc querida...bjkas estaladas!!!

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