segunda-feira, 19 de setembro de 2011

MISTICISMO CIGANOS


A LENDA CIGANA E O MISTICISMO

Uma das lendas ciganas, diz que existia um povo que vivia nas profundezas da terra, com a obrigação de estar na escuridão, sem conhecer a liberdade e a beleza. Um dia alguém resolveu sair e ousou subir às alturas e descobriu o mundo da luz e suas belezas. Feliz, festejou, mas ao mesmo tempo ficou atormentado e preocupado em dar conta de sua lealdade para com seu povo, retornou à escuridão e contou o que aconteceu. Foi então reprovado e orientado que lá era o lugar do seu povo e dele também. Contudo, aquele fato gerou um inconformismo em todos eles e acreditando merecerem a luz e viver bem, foram aos pés de Deus e pediram a subida ao mundo dos livres, da beleza e da natureza. Deus então, preocupado em atende-los, concedeu e concordou com o pedido, determinando então, que poderiam subir à luz e viver com toda liberdade, mas não possuiriam terra e nem poder e em troca concedia-lhes o Dom da adivinhação, para que pudessem ver o futuro das pessoas e aconselha-las para o bem.


“O galo pode cantar quanto quiser, mas nunca porá ovos”. (provérbio cigano)

- Jacó era um ferreiro cigano e passava por Jerusalém no tempo de Jesus. Sua comitiva estava parada perto da cidade santa, quando o Mestre foi preso e julgado. Os romanos preparavam o suplício e precisavam de gente para trabalhar. Nenhum carpinteiro ou ferreiro judeu, quis fazer a cruz ou fundir os cravos de ferro. Daí, que os carrascos romanos obrigaram Jacó, sob ameaça da espada, a fazer os três cravos da crucificação, dois para as mãos e um para os pés. Jacó sabia que Jesus era um justo, por isso amaldiçoou os romanos, predizendo a destruição de Roma por sua ganância e violência. Os algozes também obrigaram ele a pregar o Mestre no madeiro. Ele fez isto chorando e pedindo ao Mestre perdão. O nazareno, envolto na dor, disse ao cigano que não se preocupasse, pois o seu povo era nobre e fiel. Disse também que seriam todos agraciados, pela presença de uma virgem que viria do mar. Desde então, os ciganos passaram a esperar pela virgem e caminhar por todo o canto do Oriente e do Ocidente. Até que um dia, apareceu Santa Sara, a virgem negra. Era o dia 25 do mês de maio. Por isso, os ciganos são devotos de dois santos: a prometida Santa Sara e São Jorge, o patrono dos ferreiros.


SEGUNDA LENDA CIGANA

"Certa vez, uma moça cigana, observou que todas as pessoas, quando comiam ovos, costumavam quebrar as cascas, e perguntou o motivo deste comportamento e recebeu a seguinte resposta:
- Você deve quebrar a casca em pedacinhos por temor de que as feiticeiras façam com ela um barco, minha querida. Por sobre os mares distantes de casa, tarde da noite, as bruxas rondam.
- Então - disse a moça - não vejo porque as pobres feiticeiras não possam ter seus barcos como todas as outras pessoas.

E, dizendo isso, atirou a casca do ovo que comia bem longe, enquanto gritava: "Chovihani, law tro bero! ("Feiticeira, tome seu bote!") E qual não foi sua surpresa quando viu a casca sendo como que arrebatada pelo vento, indo para bem longe, até tornar-se invisível, enquanto uma voz gritava: "Paraka!" ("Obrigada!")

Algum tempo depois, a cigana estava numa ilha onde permaneceram alguns dias. Quando quis voltar, percebeu que a maré subira, arrastando seu barco para longe. A água continuou a subir, subir, até que ficou fora da água apenas uma pontinha da ilha, exatamente onde a moça se encontrava, e ela pensou que iria morrer. Nesse mesmo instante, viu que um barquinho branco vinha em sua direção; sentada dentro dele estava uma mulher com olhos de feiticeira; remava com uma vassoura e um gato preto estava sentado em seu ombro.

- Pule para dentro! - gritou para a cigana, levando-a de volta para terra firme.
Quando já estava na praia, a mulher disse: - Dê três voltas completas para a direita e, cada vez que completar uma delas, olhe para o barco.
Ela obedeceu, fazendo exatamente o que a mulher mandara e, cada vez que olhava para o barco, ele ficava cada vez menor, até ficar do tamanho de um ovo.
Nesse instante, a mulher cantou: - Esta é a casca que você mandou pra mim. Até mesmo uma feiticeira sabe ser grata.
Quando terminou de falar, ela desapareceu no ar junto com o gato, a vassoura e tudo mais.
E assim termina a história...

Fonte: Um jeito Mistico de ser



Um dia fomos pássaros

Jacu-cigano: o pássaro que não voa





Conta uma velha lenda que antigamente os Ciganos eram pássaros.

Um dia, em pleno vôo sobre a terra, viram um palácio dourado brilhando ao sol e desceram para ver melhor.

O palácio era habitado por perus, galinhas e patos que, maravilhados pela beleza dos ciganos-pássaros, começaram a oferecer-lhes todo o tipo de jóias e guloseimas suplicando-lhes que não se fossem embora.

Em breve todos os pássaros estavam cobertos de correntes de ouro, dos pés à cabeça. Apenas um pássaro resistiu à tentação destas riquezas, incitando os outros a retomar o vôo. Mas, ninguém lhe prestou atenção. Então, com o coração pesaroso elevou-se no ar e atirou-se para as pedras desde o alto dos céus. Só nesse momento é que os ciganos-pássaros acordaram do seu entorpecimento e começaram a bater as asas. Mas o ouro puxava-os para baixo e não conseguiam sair do chão. Os perus, as galinhas e os patos cantaram vitória. Manteriam para sempre aqueles belos pássaros encerrados em gaiolas de ouro. De repente, uma pequena pena vermelha deslizou para dentro do palácio, indo aterrar aos pés dos pássaros. O ouro caiu dos seus corpos, mas as suas asas já não lhes obedeciam e não conseguiram levantar vôo.

A pequena pena vermelha, suavemente levantada pelo vento, saiu do palácio e foi errar pelos caminhos poeirentos. Os ciganos seguiram-na e foram perdendo as suas penas uma por uma, transformando-se assim em humanos. Com corpo de homem e alma de pássaro, esqueceram-se para sempre de como voar.

Conto tradicional cigano


A VIDA CIGANA É MÁGICA

Eles entendem em vários aspectos, que a natureza é que fornece a vitalidade, o frescor da vida renovada a cada dia do ponto de vista da troca energética. Do céu, dos astros do firmamento, do Sol, da Lua em suas diferentes fases, desce a energia positiva de Deus, a força divina mantém o homem em pé, apto ao trabalho, às caminhadas, a geração de filhos e a todos os tipos de alegrias, sensações, emoções e sentimentos. A terra, o solo onde pisam propositalmente sem sapatos é a Mãe-Terra, que recebe sem recusas e sempre aberta a todas as energias negativas, os temores, as angústias de um povo tantas vezes perseguido, as tristezas e os desconsolos que maltratam a alma e o coração. A terra abençoada, que recebe sem reclamos os despojos daqueles que dormem nos braços da morte, transformando-os em formas de vida.

Os ciganos não são politeístas. Adoram e veneram um só Deus, mas tal como vários povos que viveram e vivem em estreito contato com a natureza, vêem as naturais manifestações desta como divindades. Assimilam dos astros do céu, abençoam e pedem bênçãos à chuva, as águas dos rios, das cascatas, riachos, cachoeiras, às árvores das matas, respeitando os trovões, a força devastadora dos raios e o fogo, que aquece, protege e purifica.

Os ciganos admiram os pássaros, as flores, os animais, toda a forma de vida que brota da natureza, pois entendem que a todos são maneiras de Deus se revelar aos homens, sendo tratados portanto com carinho e respeito. Eles compreendem que o ar é energia vital, o elemento vivificante da vida e oram para que as ventanias, tufões e vendavais não destruam seus acampamentos e seus lares-tendas.

Existe idéia enganosa de que os ciganos temem as águas do mar, o que é uma perfeita bobagem. Eles singraram os mares nos tempos das colonizações, inclusive a brasileira, em caravelas e muitos deles viviam nestas embarcações como prisioneiros condenados colocando a força de seus braços nos remos, que moviam estes barcos (para um cigano a prisão é a pior coisa em sua vida que possa existir, preferem morrer do que ficar sem a liberdade que é o que mais prezam).

A verdade é que as águas salgadas não tinham serventia para beber, cozinhar, lavar as roupas etc., então eles procuravam ficar sempre próximos a locais de água – doce . Segundo seu conceito mágico da natureza os ciganos reverenciam as águas do mar e as deidades que nelas habitam, pois muitos trabalhos de magia são feitos nas areias do mar, para os ciganos as águas salgadas têm a função de fazer a limpeza energética de todos os seres do planeta que nele habitam.

Os ciganos respeitam e reverenciam os quatro elementos, terra, água, ar e fogo, cultuando os elementais ligados a estes elementos. Eles podem não chamar os elementais pelos nomes tão em voga atualmente (gnomos, duendes, fadas, sílfides, salamandras, ondinas, nereidas, sereias), mas admitem sua existência e importância. Sendo místicos do jeito que são, não deixariam de reconhecer nos elementos e nos elementais, uma força extraordinária, real e auxiliadora, tanto que nos seus trabalhos mágicos não deixam de pedir permissão a eles, para a manipulação das energias da natureza.

É sábio o povo que sabe ouvir a natureza, convivendo com ela pacífica e respeitosamente, e nisto o povo cigano é mestre. O convívio harmonioso, que de certa forma podemos dizer que um cigano é mais uma das manifestações da Mãe Natureza ou Natureza travestida na forma humana, sinônimos, mãe e filho, ou ainda, uma expressão mais abrangente, uma autêntica família. Por isso a Vida Cigana é mágica.

Fonte: Instituto de Pesquisas Psíquicas Imagick




MAGIA DA ÁGUA SOLARIZADA

A magia desta água está em ser uma água pura (de fonte, filtrada ou mineral) exposta, em frasco branco ou copo transparente, aos raios do Sol, captando e condensando as energias solares, com grandes benefícios para o corpo físico.
O tempo recomendado mínimo de exposição ao Sol é de uma hora, mas o ideal são quatro horas.

Numa emergência, pode usar uma pedrinha de gelo colocada em um copo de água, e deixá-lo ao Sol. Quando o gelo derreter todo, já foi captada energia suficiente, e a água está pronta para ser tomada.

Esta água solarizada deve sempre ser consumida não de uma vez, mas em pequenos goles, tomando-se, em média, quatro copos por dia: ao levantar, antes do almoço, antes do jantar e ao deitar, e dê preferência com o estômago vazio.

A água solarizada também pode ser usada para ativação de cristais. Esta água dura, em geral, 24 horas, e deve ser ingerida ao longo do dia.

Se a água se destina a diversas pessoas, o ideal é que seja feita com uma única qualidade de cristal (ametista, quartzo rosa, branco, etc) dependendo da atuação desejada.

Quando misturamos cristais na água, suas propriedades vão ficando mais particulares, servindo a desequilíbrios específicos (conforme a energia da pedra), além da água ficar extremamente concentrada.

Por isso, é recomendado que, de um modo geral, as águas solarizadas sejam feitas de uma mesma qualidade de cristal.





LENDA DE UMA CIGANA

A lenda de uma cigana

Adormecida ao relento

Que perdeu a caravana

Por seguir o pensamento

Tem dias que anda pairando

Nos rumos do mundo

Tem dias que anda rolando

Nas presas do tempo

Diz a lenda que a cigana

Pelo caminho onde viera

O xale tinha perdido

E um vagabundo o trouxera

Sacudindo o pó e as mágoas

Como se a cor acordasse

Num abraço dançou com ela

Antes que o vento a roubasse

Só o vento nos roda a saia

Só o vento nos faz dançar

Nos confunde os passos na areia

Muda o rumo às águas do mar

No silêncio mal se ouviam

Dançar descalços na areia

Numa noite quase fria

Estava a lua quase cheia

E pra rasgarem o escuro

Ou fugir à solidão

Ataram corpos cansados

Na sombra vaga do chão

Quando o sol entorna o dia

Ficara o xale esquecido

E os passos da cigana

Já o vento tinha escondido

Ficou só o vagabundo

Resgatando uma ilusão

Com a alma amordaçada

Na palma da mão

Só o vento nos roda a saia

Só o vento nos faz dançar

Nos confunde os passos na areia

Muda o rumo às águas do mar.

(Autor desconhecido)


ROMANI

Sa e manušikane strukture bijandžona tromane thaj jekhutne ko digniteti thaj capipa.

Von si baxtarde em barvale gndaja thaj godžaja thaj trubun jekh avereja te kherjakeren ko vodži pralipaja.

*Português*

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.

São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade

LINGUA ROMANI

O romani ou români (rromani ćhib) é o idioma dos Rom e dos Sintos, povos nômades geralmente conhecidos pela designação de ciganos.

Pertence ao ramo indo-ariano proveniente do grupo linguístico indo-europeu.

O romani não é língua oficial em nenhum país, exceto no Kosovo, e possui "status oficial de minorias" na Suécia, Finlândia e Romênia.

Há diversas tentativas de se criar uma língua romani padrão a partir de variantes com as da Romênia, Estados Unidos, Suécia, Eslováquia e de outros locais onde há muitos rom.

Essas semelhanças permitem supor a origem dos povos Rom e Sintos, e as palavras que foram aderindo ao romani permitem traçar o caminho da migração desses povos para a Europa.

Eles vieram do norte da Índia e do atual Paquistão, sendo o romani classificado entre as línguas indo-arianas, assim como o hindi ocidental, o bhili, o guzerate, o khandeshi, o rajastani e outras.

O romani, o punjabi e o pothohari compartilham algumas palavras e características gramaticais.

Fonte: Wikipédia





ESTRELAS CIGANAS

O uso de amuletos e talismãs é muito comum entre os ciganos, muitos deles com estreita ligação aos elementos da Astrologia. É freqüente o uso de pingentes em colares e pulseiras, com representações dos astros: o Sol, a Lua, os Planetas e as Estrelas.

Dentre esses elementos, um dos mais conhecidos e utilizados pelos ciganos é a estrela, que aparece em inúmeras simpatias, nas mais diversas formas e sob os mais diferentes aspectos.

Uma das providências mais importantes nestas simpatias é fazer com que as medidas das estrelas utilizadas sejam sempre proporcionais, não se admitindo uma ponta maior que a outra, a menos que isso for assim determinado.


PARA RECEBER OS FLUIDOS DA ESTRELA CIGANA NO AMOR

Este símbolo é muito comum e pode ajudar o homem em vários aspectos da vida, principalmente no amor entre um casal. Chamada Estrela de Davi, a estrela de seis pontas, desenhada da forma como é aqui apresentada, é um poderoso símbolo da magia cigana que significa a perfeita união sexual.

Desenhe uma estrela dessas na cabeceira da cama e todos os dias, antes de dormir e ao acordar, toque nela e mentalize que você e seu amor terão muita sorte e serão eternamente felizes.




LUZ AZUL

De todas as magias ciganas com cores, nenhuma tem sido mais usada e mais aprovada que as da Luz Azul, famosas na antigudade e citadas em diversas obras medievais e nos tratados de muitos dos doutores do misticismo e do ocultismo da História.

Para alguns ela pode parecer difícil. Há pessoas que não conseguem inicialmente se concentrar mentalmente numa cor e visualizá-la em pensamento. Para esses, nada como iniciar fitando um objeto azul, uma parede, um quadro, um lenço ou qualquer outra coisa. Olhando-a, tente tirar da mente todo tipo de pensamento, concentrando-se na cor e permitindo que ela penetre seus sentidos de forma suave e branda.

Aos poucos isso vai sendo conseguido e em breve você também conseguirá, concentrando-se, visualizar, a qualquer momento e em qualquer lugar, a maravilhosa cor azul que vai fortalecê-la e ajudá-la em momentos cruciais de sua vida.

Tente. Vale a pena esforçar-se para conhecer as virtudes e os efeitos da Magia Cigana da Luz Azul.




A CABALA

A Cabala pode ser considerada como um "ensinamento que passa de boca a ouvido". A Cabala Cigana constitui a sabedoria milenar passada de geração a geração entre o meu povo, contendo as mais preciosas práticas mágicas que conhecemos.

Um dos mais interessantes conhecimentos são os rituais cabalísticos, praticados no círculo mágico. Recomenda-se que não se altere em nada o conteúdo das simpatias, pois se trata de um conhecimento muito antigo e que vem sendo praticado sempre respeitosamente há muito tempo. Desvios podem abrir canais de energias negativas impossíveis de serem controladas por pessoas comuns.

A Cruz Cabalística é fragmento da Cabala Cigana. Trata-se de um círculo dividido em quatro partes iguais por uma cruz dentro dele. Associa-se à sabedoria dos Quatro Elementos, das Quatro Estações e das Quatro Armas Ciganas.

Uma pessoa que possua a Consciência Cósmica bem desenvolvida, pode ainda associar outras esferas de Poder à Cruz. Esse tipo específico de conhecimento poderá ser apresentado no futuro, assim que os conhecimentos iniciais forem assimilados.

Jamais se esquecer do conhecimento máximo, que diz que "tudo o que está em

cima, está em baixo. Se queres conhecer os segredos do Universo conheça

primeiro a si próprio."




Os ciganos usam jóias não só para sua vaidade própria, mas também como amuletos de proteção, para dar sorte, as mulheres por exemplo em grande parte carregam um anel de cobra no dedo, isto para proteção e espantar o olho gordo, as jóias tem símbolos sempre relacionados a defesa, mas é lógico que o ouro para os ciganos esta relacionado a poder transportar seus bens, como o povo beduíno do deserto carregam toda a sua riqueza com eles, os judeus e os ciganos costumam Ter seu ouro em caso de fuga, guerra e perseguições levam consigo o que puderem, no caso da Segunda Grande Guerra Mundial, algumas jóias salvaram muitas vidas, hoje o ouro está empregado em imóveis e outros bens.

O ouro trazia austeridade, era uma espécie de poder, um líder cigano, de seu grupo ou de sua família, tem seu medalhão e seu anel, no casamento o ouro esta presente como no nascimento, ciganos que viveram séculos passados eram enterrados com suas jóias, mas com o passar dos séculos e a saques de cemitérios e túmulos, isso não fora mais permitido, ao morto em seus olhos eram posto moedas de ouro para que pagasse a passagem para o além, uma herança dos funerais gregos. Os ciganos nascem, vivem e morrem com o ouro, o ouro faz parte dos ciganos.
Os ciganos são ligados aos animais, e gostam de ter contato com eles, é improvável ver um cigano maltratar um animal isto para ele seria impuro, e não traria sorte trazendo maus augúrios, os cães e cavalos são seus irmãos, há entre os ciganos listas de presságios como se refere Mello Moraes Filho:

Estalos de baratas que rói, logo se terá casamento; zumbido de besouro que entra pela janela e some, logo falecerá alguém da família; borboleta preta em casa é sinal de má sorte; se e branca morte de criança pequena; azul casamentos e prazeres; sapo cantando é desgraça tremenda se estiver no quintal da casa; rato transitando de um lado para outro na sala é sinal de moléstia e desavenças familiares; o grito do pato é chuva; se bate asas é temporal; se grilo canta no quarto de dormir chegará alguém distante; se o canto for à porta da rua este alguém ira fazer viagem; o uivo do cão é desonras e mau agouro, parente que morre ou em perigo; se o cão virar de barriga para cima no assoalho é gente que chegará de fora; se urina dentro de casa é fortuna; a risada da coruja é anúncio de morte.

O canto do galo afugenta as trevas e os obsessores e espíritos da noite, o galo protege a vida, dos pés dos galos os ciganos faz com as garras uma arma mortífera capaz de esfacelar uma barriga humana, abri-la como uma navalha.
Há entre os ciganos uma riqueza de rezas, benzeduras, simpatias e pragas pois o cigano com raiva pragueja e cospe ao chão, com repulsa e desprezo a algo feito ou cometida a eles, ou por algum dos seus.

Há três coisas que os ciganos mais respeitam, Deus, o sobrenatural e a justiça cigana.
Os ciganos adquirem a religião oficial do país em que vivem, no caso do Brasil temos a maioria católica, Católica Apostólica Romana, temos ciganos ortodoxos (são uma boa parte), muçulmanos, evangélicos, espíritas, esotéricos, inseridos direta ou indiretamente a maior parte nas religiões e cultos, os ciganos não tem dogmas somente querem manter e preservar suas tradições e costumes.

O cigano é profunda e intrinsecamente religioso, mesmo que desconheça todas as definições de religião e não saiba responder nem uma só palavra se lhe perguntarem o que entende por religiosidade. Um dos grandes valores de que os ciganos mais nos orgulhamos é, certamente o respeito religioso que habita no mais íntimo da nossa própria essência. Não só pela ascendência oriental da etnia, onde a religião e a superstição, em mescla difícil de definir, se confundem, mas também por causa da própria exigência do ciganismo, a religião e a crença é algo superior que vela constantemente pelas criaturas, é parte vital da nossa idiossincrasia natural

Há uma tradição dos ciganos que realmente é muito interessante e bonita se chama Slava, que é uma celebração ao santo de devoção do cigano, está comemoração no passado deve ter sido criada, a partir do momento que aderiram ao Catolicismo, e se refere ao seguinte: Um avô por exemplo, faz uma promessa a um santo, e dele se torna devoto, todos os anos de sua vida ele celebrará em sua casa ou tenda, o dia deste santo, após sua morte esta comemoração passará ao filho, e deste para outro e assim por diante, mas este santo sempre será lembrado e terá sempre sua comemoração que consiste em ser acesa as 12:00 uma vela feita pelo cigano, o santo padroeiro está posto a mesa onde está a vela, os convidados chegam, há um ritual com o pão cortado em cruz e o vinho é derramado sobre ele, comesse então um pequeno pedaço, e os convidados recebem uma parte deste pão que fora abençoado (este pão segundo lendas fora ensinado aos ciganos por Maria, mãe de Jesus), palavras são proclamadas orações recitadas, aí sim esta preparado o banquete com tudo o que se possa imaginar, dos assados ao peixe está liberado toda a ceia que se encerrará ás 18:00 h, quando a vela será apagada, e novas orações serão feitas. Durante a festa há muitas danças e muita música, alegria é que não falta, assim vive o cigano.
São devotos de santos como Senhora de Sant´Ana da qual chamavam de cigana velha, de Nossa Senhora das Graças e da Lampadosa, Santo Antônio, São Jorge e Santa Rita de Cássia e a padroeira dos ciganos nos Brasil Nossa Senhora Aparecida.


Fonte: Tradições ocultas dos Ciganos

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